ES* La historia del monasterio de São Pedro das Águias arranca con la llegada y aposento a mediados del siglo XII de una comunidad cisterciense a las márgenes del rio Távora, en los entornos de la localidad portuguesa de Tabuaço.

PT*  A história do mosteiro de São Pedro das Águias começa com a chegada e instalação em meados do século XII de uma comunidade cisterciense às margens do rio Távora, no município de Tabuaço (Viseu).

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ES* No está del todo claro si el edificio levantado inicialmente por la congregación cisterciense fue erigido de raíz o si, por el contrario, reaprovechó alguna edificación preexistente, quizás un anterior monasterio o eremitorio vinculado a la regla benedictina, de hábito negro. Lo que es seguro es que las duras condiciones de su emplazamiento, aislado y despoblado, motivaron a la postre la transferencia de la comunidad en el siglo XIII, bajo los auspicios de Pedro Ramires de Távora, noble descendiente de la behetría de Távora, hacia terrenos localizados a media ladera mejor condicionados para el asentamiento. El nuevo monasterio sería finalmente reconocido en 1258 como sede de coto por el rey Afonso III.

Poco se sabe, no obstante, de esta (re)fundación medieval que en época moderna, más concretamente a finales del siglo XVI, sería transformada radicalmente. Durante estas campañas fueron erigidos el claustro manierista y la nueva estructura del templo. El siglo XVII dejó también marcada su impronta tras la elección del complejo monástico como panteón familiar por parte del importante linaje local de los Távora. La edificación de la fachada barroca se acompañó de la del edificio de la quinta, levantado también en este momento.

A mediados del siglo XVIII el monasterio de São Pedro das Águias, que continuaba ligado a la familia Távora, fue clausurado por orden del marqués de Pombal, a la sazón secretario de Estado del Reino y figura emblemática de la historia portuguesa de este siglo. La decisión fue una de las consecuencias provocadas por el atentado perpetrado en 1758 contra el rey José I por parte de algunas de las familias nobiliarias del país, entre ellas la de los Távora. El marqués de Pombal emprendería una dura persecución contra los autores y alentadores del atentado, que derivó en la condena a muerte de muchos de los miembros de la familia. Aunque el monasterio volvió años más tarde a ser reabierto durante el reinado de doña María, entre 1777 y 1815, la extinción de las órdenes religiosas en 1834 terminaría por dictar su cierre definitivo.

El año 1996 da inicio a una nueva etapa en la historia del monumento reconvertido en centro de explotación agrícola orientado a la producción de vinos de Oporto y de mesa. Espacios sagrados en otros tiempos como la iglesia, la sacristía o los sótanos del monasterio se nos muestran en la actualidad como escenarios regenerados destinados al almacenamiento de vinos.

La nueva función de los edificios no imposibilita sin embargo admirar su arquitectura manierista y barroca, por ejemplo, en su fachada principal, rasgada por una portada de moldura recta encimada por un óculo y un frontón semicircular dotado de nicho con la imagen de San Pedro, o en su claustro, con arcada apoyada en pilares que alberga en su interior una fuente y un jardín de boj.

Y si estas no son razones suficientes para emprender un viaje y realizar una visita al monasterio, recuerde que siempre puede aprovechar la situación para conocer la bodega de la Quinta Senhora do Convento, en donde podrá conocer los procesos de producción del vino y disfrutar de un delicioso Porto de Honra.

PT*  Não é ainda claro se o edifício levantado pelos cirstercienses foi fundado de raiz ou se, pelo contrário, se reaproveitou alguma construção pré-existente, eventualmente um anterior mosteiro ou ermitério vinculado à regra beneditina, de hábito negro. Certo é que as duras condições da sua primitiva implantação, isolada e despovoada, motivaram posteriormente a transferência da sua comunidade no século XIII, sob os auspícios de Pedro Ramires de Távora, nobre descendente da beetria de Távora, para terrenos localizados a meia-encosta, mais adequados para a sua instalação. O novo mosteiro viria finalmente a ser reconhecido em 1258 como sede de couto por D. Afonso III.

Pouco se sabe, todavia, desta (re)fundação medieval, que em época moderna, mais concretamente em finais do século XVI, seria transformada radicalmente. Destas campanhas resultam o claustro maneirista e a nova estrutura do templo. O século XVII deixou igualmente a sua marca, na sequência da escolha do complexo monástico como panteão familiar por parte da nobre linhagem local dos Távora. A edificação da fachada barroca acompanhou a do edifício da quinta, também desta fase.

Em meados do século XVIII, o Mosteiro de São Pedro das Águias, que continuava ligado à família Távora, foi encerrado por ordem do marquês de Pombal, na altura secretário de Estado do Reino e figura carismática da história portuguesa setecentista. A decisão veio na sequência de um atentado perpetuado em 1758 contra o rei D. José I e organizado por algumas famílias nobres do país, entre as quais a dos Távora. O marquês de Pombal empreenderia assim uma dura persecução contra os autores do atentado, que resultou na condenação à pena de morte de muitos dos membros da família. Ainda que o mosteiro voltasse a ser reaberto no reinado de D. Maria, entre 1777 e 1815, a extinção das Ordens Religiosas em 1834 acabaria por ditar o seu encerramento definitivo.

O ano de 1996 veio a marcar uma nova etapa na história do monumento, desde então reconvertido em centro de exploração agrícola dedicado à produção de vinho do Porto e de mesa. Espaços sagrados outrora como a igreja, a sacristia ou as caves do mosteiro, mostram-se hoje como cenários revitalizados destinados ao armazenamento de vinho.

A nova função dos edifícios não impossibilita, ainda assim, admirar a sua arquitetura maneirista e barroca, por exemplo, na sua fachada principal, rasgada por um portal de moldura reta encimado por um óculo e um frontão semicircular dotado de nicho com a imagem de São Pedro, ou no seu claustro, com arcada apoiada em pilares que alberga no seu interior uma fonte e um jardim de buxo.

E como se não lhe tivéssemos dado razões suficientes para visitar o mosteiro, lembre-se que pode sempre aproveitar para conhecer a as caves e a garrafeira da Quinta Senhora do Convento, onde poderá conhecer os processos de produção do vinho e disfrutar de um delicioso Porto de Honra.