ES* El fuerte de Nossa Senhora das Neves, también conocido como Castelo de Matosinhos, es una fortificación construida a mediados del siglo XVII en Leça de Palmeira, que tenía como misión proteger la desembocadura del Duero, en articulación con las defensas portuenses del castelo do Queijo y del fuerte de São João da Foz.

PT*  O Forte de Nossa Senhora das Neves, também conhecido como Castelo de Matosinhos, é uma fortificação construída em meados do século XVII em Leça da Palmeira que, tinha como objetivo proteger da barra do Douro, em articulação com as defesas portuenses do castelo do Queijo e do forte de São João da Foz.

Canal Patrimonio Flumen Durius

ES* El castillo de Matosinhos comenzó a ser levantado en el año 1638 —por lo tanto aún bajo el reinado de la casa española de los Austrias—, por iniciativa de don Francisco de Sá de Meneses, segundo conde de Penaguião. Sin embargo, una serie de atrasos y reveses, entre los que se incluye la ejecución de una nueva planta del fuerte de autoría del ingeniero militar francés Charles Lassart, suscitó al capitán de navío António Pires Picão la demolición de la estructura y el reaprovechamiento de sus materiales para la edificación de una nueva fortificación en posición más estratégica.

Es así como comenzaría a ser construido en el año 1652 el nuevo fuerte, bajo coordinación de João Turriano, ingeniero mayor del Reino, prolongándose las obras hasta inicios del siglo XVIII. Su diseño responde a los dictámenes clásicos de la arquitectura militar moderna, con muros abaluartados y planta en estrella de cuatro puntas con garitas en sus extremos.

Con todo, las fuentes escritas revelan que el primer recinto no llegaría a ser desmantelado por completo: en efecto, varias noticias del siglo XVIII dan cuenta de la existencia en la zona de una fortificación denominada de Nossa Senhora das Neves junto a los vestigios de otra, que se encontraba inacabada y desprovista de almacenes y cuarteles.

A partir de entonces la historia de ambas edificaciones se bifurca definitivamente. Un documento depositado en el Arquivo Histórico Militar, que data de 1849, expone que el primero de los fuertes se encontraba en avanzado estado de ruina por las mareas y continuas inundaciones sufridas. En 1895, su estructura sería aprovechada para la edificación del Hotel Estefânia, que sería a su vez demolido durante el siglo XX, eliminando así, y de forma definitiva, cualquier vestigio de la vieja fortificación.

En el año 1832, en el contexto de las Guerras Liberales portuguesas, el fuerte de Nossa Senhora das Neves fue dotado de puente levadizo, parapeto y escaleras en el foso y en los almacenes de pólvora. En el siglo XIX perderá su función militar, instalándose en sus dependencias en un primer momento la Alfândega do Porto (“Aduana de Oporto”) y años más tarde la capitanía del puerto de Leixões, que levantó en su interior una torre hexagonal para control del movimiento portuario. En el año 1962 fue integrado en un proyecto de arquitectura paisajística que acometió la recuperación de sus viejas estructuras castrenses.

PT*  O Forte começou a ser construído em 1638, portanto ainda sob domínio da casa espanhola dos Austrias, por iniciativa de D. Francisco de Sá de Meneses, 2.º conde de Penaguião. No entanto, uma série de atrasos e reveses entre os quais se inclui uma nova planta do forte de autoria do engenheiro militar francês Charles Lassart, levam o capitão-de-mar-e-guerra António Pires Picão a recomendar a demolição da estrutura e o reaproveitamento dos seus materiais para a edificação de uma fortificação nova numa posição mais estratégica.

É assim que começa a ser construído em 1652 o novo forte, sob coordenação de João Turriano, engenheiro-mor do Reino, prolongando-se as suas obras até inícios do século XVIII. O seu desenho corresponde aos cânones clássicos da arquitetura militar moderna, com muros abaluartados e planta em estrela de quatro pontas com guaridas nos seus extremos.

Contudo, as fontes escritas revelam que o primeiro recinto não chegou a ser desmantelado completamente: com efeito, várias notícias do século XVIII dão conta da existência de uma fortificação denominada de Nossa Senhora das Neves junto aos vestígios de uma outra, que se encontrava inacabada e desprovida de armazéns e quarteis.

A partir de então, a história de ambas as fortificações separa-se em definitivo. Um documento depositado no Arquivo Histórico Militar, datado de 1849, expõe que o primeiro dos fortes se encontra em avançado estado de ruína devido à ação das marés e às contínuas inundações sofridas. Em 1895, a sua estrutura é reaproveitada para a construção do Hotel Estefânia, que no decorrer do século seguinte, seria demolido, apagando com ele, de forma definitiva, qualquer vestígio do primeiro forte construído em Leça da Palmeira.

Por sua vez, em 1832, no contexto das Guerras Liberais portuguesas, o Forte de Nossa Senhora das Neves foi dotado de uma ponte levadiça, parapeitos e escadas no fosso e nos armazéns de pólvora (paióis). No século XIX vem a perder a sua função militar, instalando-se aí, numa primeira fase, a Alfândega do Porto e, anos mais tarde, a capitania do Porto de Leixões que construiu no seu interior uma torre hexagonal para controlar o movimento portuário. Em 1962 é integrado num projeto de arquitetura paisagística que empreendeu a recuperação das suas antigas estruturas militares.