ES* La historia del monasterio de Arouca, localizado al norte de Portugal, está íntimamente ligada a la de la beata Mafalda Sanches, que pudo ser reina de Castilla y de Portugal antes de tomar definitivamente los hábitos cistercienses.

PT*  A história do Monastério de Arouca, localizado ao Norte de Portugal, próximo à cidade do Porto, está intimamente relacionada à da beata Mafalda Sanches, que quase chegou a ser rainha de Castela e de Portugal antes de assumir definitivamente os hábitos cistercienses.

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ES* De los primeros años de existencia del monasterio de Arouca apenas ha llegado documentación hasta nuestros días. Se sabe que fue fundado en torno al siglo X bajo un régimen dúplice (coexistiendo una comunidad de monjes con una de monjas) como era bastante habitual en la Península Ibérica en la época prerrománica. Más adelante, en el siglo XII, se regularía siguiendo la orden benedictina bajo la advocación de los santos San Pedro y San Pablo, hasta que en el año 1210 Sancho I, segundo rey de Portugal, lo dona a su hija Mafalda. Será ésta la que tome la decisión de que el monasterio adopte los preceptos del Císter en 1224.

Mafalda Sanches fue, además de infanta de Portugal, reina consorte de Castilla al contraer matrimonio en 1215 con el jovencísimo rey Enrique I. Sin embargo el Papa Inocencio III no tardó en anular el enlace debido al parentesco entre ambos. Este inconveniente agravó la situación política de la infanta en plena disputa sucesoria con su hermano Afonso tras la muerte del rey de Portugal. La derrota final de su facción llevó a la infanta a inclinarse definitivamente hacía la vida religiosa. Es en el monasterio de Arouca, que ella había refundado, donde toma los hábitos cistercienses junto a sus hermanas Teresa y Sancha, quienes habían estado de su lado junto a la nobleza en el conflicto sucesorio.

El fallecimiento de Mafalda, que se produce en el monasterio de Río Tinto (cerca de la ciudad de Oporto) y su posterior traslado al monasterio de Arouca para su enterramiento, son el punto de inicio de su devoción, debido a la creencia de que su cuerpo había permanecido incorrupto. Esa devoción provocó que en 1793 fuese beatificada por el Papa Pío VI la junto con sus hermanas Teresa y Sancha, que ya lo eran desde principios del siglo XVIII. Todavía se conserva en el monasterio su sepulcro como uno de los atractivos más interesantes del conjunto monástico.

Legado artístico

A pesar de la exclaustración del monasterio tras la desamortización en 1834 y su posterior abandono en 1886, su tesoro ha permanecido casi intacto, lo que permite conservar en la actualidad un magnífico museo de arte sacro.

En origen, la construcción fue románica, pero de aquella fábrica no quedan vestigios, pues estos fueron borrados con las remodelaciones de los siglos XVII y XVIII que configuran lo que hoy en día es considerado el conjunto monástico de mayores dimensiones construido en granito de todo Portugal. En cuanto al actual edificio, mantiene todas la estructuras básicas de un espacio conventual: iglesia, coro, claustro, sala capitular, refectorio, cocina, celdas y demás.

Con respecto a la iglesia, ésta fue construida entre 1704 y 1730 con trazas de Carlo Gimach. Se accede a ella por una portada principal de estilo simple, con pilastras flanqueando la entrada y rematada por un pequeño frontón curvo. La planta del templo es de una sola nave sin transepto, con arcadas laterales que dan paso a varias capillas y rematada por un triforio. La capilla mayor tiene un retablo de Vieira da Cruz de principios de siglo XVIII, dorado en 1733 al estilo joanino.

Destaca en este espacio un magnifico coro con 104 sitiales bellamente labrados, un órgano barroco y la sepultura de Mafalda, la benefactora del convento. El enterramiento se encuentra en la nave de la epístola. Se trata de una urna relicario de ébano forrada con plata y bronce sobredorado, todo ello dentro de una urna de cristal que permite más cercanía a las reliquias.

Dependencias monásticas

En torno al claustro se ordenan el resto de las dependencias del monasterio. Se trata de un claustro construido en estilo neoclásico de dos plantas, con pilastras dóricas en la inferior y jónicas en la superior, presentando cada galería cinco arcos. En el centro del jardín se encuentra una fuente rodeada por bancos corridos circulares y un gran surtidor esférico.

En cuanto a la sala capitular, está revestida por un gran conjunto de azulejos de Coímbra de la segunda mitad del siglo XVIII similares a los de su afamada universidad, con escenas de caza, paisajes o juegos. También la cocina mantiene la típica estructura monástica con una gran chimenea, una fuente para proveerse de agua y una gran mesa tallada en una sola pieza de piedra.

El conjunto monástico de Arouca fue clasificado Monumento Nacional el 16 de junio del año 1910.

 

 

PT* Dos primeiros anos da existência do Monastério de Arouca pouca documentação resta nos dias atuais. Sabe-se que foi fundado em torno do século X, sob um dúplice regime (coexistindo uma comunidade de monges e uma de monjas) como era bastante habitual na Península Ibérica na época pré-românica. Mais adiante, no século XII, se regularizaria seguindo a ordem beneditina sob a advocação dos santos São Pedro e São Paulo, até que no ano 1210, Sancho I, segundo rei de Portugal, o doou a sua filha Mafalda. Será ela quem tomará a decisão de que o Monastério adote os preceitos do Císter, em 1224.

Além de infanta de Portugal, Mafalda Sanches foi rainha consorte de Castela ao casar, em 1215, com o muito jovem rei Enrique I, então com apenas 11 anos. Porém, o Papa Inocencio III não demorou em anular o enlace devido ao parentesco entre ambos. O inconveniente agravou a situação política da infanta em plena disputa sucessória com o seu irmão Afonso após a morte do então rei de Portugal. A derrota final da sua facção levou a infanta a inclinar-se definitivamente à vida religiosa. É no Monastério de Arouca, o qual ela mesma havia fundado, onde toma os hábitos cistercienses ao lado das suas irmãs Teresa e Sancha, as quais haviam estado ao seu lado junto à nobreza em pleno conflito sucessório.

A morte de Mafalda, que acontece no Monastério de Rio Tinto (perto da cidade do Porto) e o posterior traslado do corpo ao Monastério de Arouca para o seu sepultamento são o ponto de início da devoção ao seu nome, devido à crença de que o seu corpo havia permanecido incorrupto. Essa devoção provocou que em 1793 Mafalda fosse beatificada pelo Papa Pio VI, acompanhando suas irmãs, anteriormente aqui citadas, que já eram beatas desde o início do século XVIII. A sua tumba se conserva no Monastério como um dos pontos mais interessantes do conjunto monástico.

Legado artístico

Apesar da exclaustração do Monastério após a sua desamortização, em 1834, e seu posterior abandono, em 1886, seu tesouro permaneceu quase intacto, o que permite conservar ainda nos dias de hoje um magnífico museu de arte sacra.

Em sua origem, a construção foi românica, mas dessa época só restam vestígios, pois a maioria da estrutura foi derrubada com as reformas dos séculos XVII y XVIII. Hoje em dia, o Monastério é considerado o conjunto monástico de maiores dimensões construído em granito em Portugal. O atual edifício mantém todas as estruturas básicas de um convento: igreja, coro, claustro, sala capitular, refeitório, cozinha, celas etc.

A igreja foi construída entre 1704 e 1730, com traçado de Carlos Gimach. Chega-se a ela por uma portada principal de estilo simples, com pilastras ladeando a entrada e arrematada por um pequeno frontão curvo. A planta do templo é de uma só nave sem transepto, com arcadas laterais que dão passagem a várias capelas e arrematada por um trifório. A capela maior tem um retábulo de Vieira da Cruz de inícios do século XVIII, dourado em 1733 ao estilo joanino.

Destaca-se no espaço um magnífico coro com 104 sitiáis belamente talhados, um órgão barroco e, na nave da epístola, a sepultura de Mafalda, a benfeitora do convento. O Trata-se de uma urna relicário de ébano forrada com prata e bronze dourado, dentro de uma urna de cristal que permite uma maior aproximação às relíquias.

Dependências monásticas

As demais dependências do Monastério estão em torno do claustro, construído em estilo neoclássico de dois andares, com pilastras dóricas no andar inferior e jónicas no superior. Cada galeria possui cinco arcos. No centro do jardim encontram-se uma fonte rodeada por bancos corridos circulares e uma grande bica esférica. Já a sala capitular está revestida por um grande conjunto de azulejos de Coimbra da segunda metade do século XVIII similares aos da sua famosa universidade, com cenas de caça, paisagens e jogos. Também a cozinha mantém a típica estrutura monástica com uma grande chaminé, uma fonte e uma grande mesa talhada numa só peça de pedra.

O conjunto monástico de Arouca foi classificado Monumento Nacional em 16 de junho do ano 1910.