ES*  El Parque Natural de Montesinho (PNM) se emplaza en el extremo nordeste del territorio portugués ocupando el sector septentrional de los municipios de Bragança y Vinhais, limítrofe ya con España.

PT*  O Parque Natural de Montesinho (PNM) situa-se no extremo nordeste do território português, ocupando o sector setentrional dos municípios de Bragança e Vinhais e fazendo fronteira com Espanha.

Ruta de Porto Furado, en el Parque Natural de Montesinho. Foto: Miguel Vieira (CC BY 2.0)

Canal Patrimonio Flumen Durius

ES*  Este privilegiado rincón natural de la denominada Terra Fria Transmontana fue clasificado Parque Natural en 1979 gracias al tesón de sus municipios por promover y proteger su patrimonio. Resaltan sus valores naturales, paisajísticos y humanos, pero también su amplia y variada oferta de disfrute, ocio y aprendizaje tanto para las comunidades locales como para sus visitantes.

El espacio protegido se aplica a una larga sucesión de pronunciadas elevaciones y valles encajados, con características ciertamente sui generis. Protegido de los vientos marítimos por los cordones montañosos del Alto-Miño y de las sierras de Alvão-Marão (entre 1.545 y 1.415 metros sobre el nivel del mar), y abierto a las influencias meseteñas, de las Beiras y del Macizo Central, soporta un clima típicamente continental, con inviernos fríos y veranos calientes y secos.

La compleja geología del Noroeste peninsular adquiere en el Parque Natural de Montesinho personalidad propia. En él puede contemplarse el resultado del movimiento continuo de las placas tectónicas en la formación de nuestro planeta, por ejemplo en el Macizo de Bragança, de unos 410 millones de años de antigüedad, o en la falla Bragança-Vilariça-Manteigas, de la que resultó la propia Sierra de Montesinho. En un estadio cronogeológico más reciente cabe reseñar las arenas y cascajos de 2 a 5 millones de años localizadas junto a las localidades de Aveleda, Baçal y Atalaia, vestigios del paleodrenaje de la zona, de un momento en el que el Duero aún no desaguaba en el Atlántico.

El parque cuenta con una enorme biodiversidad. Foto: Rota da Terra Fria.

Debido a sus singulares características geomorfológicas y climáticas, el Parque Natural de Montesinho encierra en su interior una biodiversidad excepcional. El territorio se halla ocupado por densos bosques de roble y encina y vegetación de ribera, asociados a otras especies también abundantes como el castaño, la genisteae, el urce o la jara. Acoge incluso algunas especies únicas a nivel mundial vinculadas a suelos generados a partir de rocas ultra básicas, extremadamente selectivos y tóxicos para la mayor parte de las plantas.

Obviamente, tratándose de un territorio básicamente de montaña, la fauna evidencia una amplia diversidad, con cerca de 250 especies de vertebrados, algunas de distribución muy reducida en Portugal. Asume cierto protagonismo el grupo de las aves, con 160 especies de las que 110 son nidificantes. Entre las de rapiña destaca la presencia del águila real, con cerca del 10% de la población portuguesa. Entre los mamíferos sobresale el lobo ibérico, cuya presencia se halla ligada íntimamente a la de las comunidades de ciervos. Fundamentales para el equilibrio del ecosistema del parque son los reptiles, los anfibios, los peces y los invertebrados, entre los que podríamos mencionar varias especies de mariposas raras, exclusivas del Nordeste Transmontano.

Patrimonio

El patrimonio histórico-cultural constituye otro de los reclamos del parque: desde la Prehistoria, con los monumentos megalíticos del Neolítico y Calcolítico, pasando por los castros de la Edad del Hierro, hasta la Historia marcada por la romanización, los pueblos suevo-visigóticos o la instauración de la nacionalidad portuguesa.

Una mirada a los momentos más recientes de su historia permitirá descubrir la riqueza y diversidad de su arquitectura popular, caracterizada por el empleo de la pizarra, predominante en la zona. Resaltan aquí las construcciones de carácter comunitario, los palomares, los molinos, los hornos e incluso las forjas.

Espacio también de tradiciones. El momento culmen en este sentido tiene lugar durante los meses de estío; periodo de festividades, de romerías y de calurosa acogida al emigrante que regresa para compartir unos días con la familia y también al visitante que se adentra por primera vez en él. En el periodo natalicio resaltan las Festas dos Rapazes sobre todo de la zona de la Lombada. Momentos de diversión, en cualquier caso, animados por el sonido tradicional de la gaita de fuelle.

El Parque Natural de Montesinho es finalmente una excelente elección también para quien busca algo de aventura. Una aventura que verá recompensada con la calurosa acogida de sus gentes y con la excelente gastronomía trasmontana, en la que destaca el embutido de cerdo de raza Bísara, la carne de vaca Mirandesa y, por supuesto, la castaña.

Vista del parque. Foto: Rota da Terra Fria

PT*  Este privilegiado recanto natural da Terra Fria transmontana foi classificado como Parque Natural em 1979 graças à vontade dos seus municípios em promover e proteger o seu património. Destacam-se os seus valores naturais, paisagísticos e humanos, mas também as múltiplas e diversas possibilidades de recreio, lazer e aprendizagem, tanto para as comunidades locais como para os seus visitantes.

Por entre uma sucessão de elevações destacadas e vales encaixados desenvolve-se um rico espaço natural, com características sui generis. Protegido dos ventos marítimos pelos cordões montanhosos do Alto Minho e pelas serras do Alvão-Marão (entre 1.545m e 1.415 metros), e aberto às influências mesetenhas, do planalto Beirão e do Maciço Central, apresenta um clima tipicamente continental, marcado por invernos frios e verões quentes e secos.

A complexa geologia do Noroeste peninsular adquire no Parque Natural de Montesinho personalidade própria. Nele, podemos contemplar o resultado do movimento contínuo das placas tectónicas na formação do nosso planeta, por exemplo, no Maciço de Bragança, com cerca de 410 milhões de anos de antiguidade, ou na falha Bragança-Vilariça-Manteigas, de que resultou a própria Serra de Montesinho. Numa fase crono-geológica mais recente, há que assinalar as areias e os cascalhos com 2 a 5 milhões de anos, situados junto às localidades de Aveleda, Baçal e Atalaia, vestígios da paleo-drenagem da zona, num momento em que o Douro ainda não desaguava no Atlântico.

Devido às suas características geomorfológicas e climáticas únicas, o Parque Natural de Montesinho encerra no seu interior uma biodiversidade excecional. O território foi ocupado por densos bosques de carvalhos e vegetação ribeirinha, associados a outras espécies igualmente abundantes como o castanheiro, a giesta, a urze ou a esteva. Acolhe ainda algumas espécies únicas a nível mundial, associadas aos solos gerados a partir de rochas ultrabásicas, extremamente seletivos e tóxicos para a maioria das plantas.

Fauna

Tratando-se de um território predominantemente de montanha, a fauna evidencia uma ampla diversidade, com cerca de 250 espécies de vertebrados, algumas ameaçadas ou de distribuição muito reduzida em Portugal. Assume um certo protagonismo o grupo das aves, com 160 espécies, das quais 110 são nidificantes. Entre as de rapina há a destacar a presença da águia real, concentrando cerca de 10% da população portuguesa. Entre os mamíferos, salienta-se o lobo ibérico, cuja presença está intimamente ligada com as comunidades de cervos existentes. Fundamentais para o equilíbrio do ecossistema do Parque são os repteis, anfíbios, peixes e invertebrados, podendo-se destacar várias espécies de borboletas raras, exclusivas do Nordeste Transmontano.

Foto: Rota da Terra Fria

O património histórico-cultural constitui outro dos atrativos do parque: desde a Pré-história, com os monumentos megalíticos do Neolítico e Calcolítico, passando pelos castros da Idade do Ferro, até à História, marcada pela romanização, pelos povoados suevo-visigodos ou pela instauração da nacionalidade portuguesa.

Um vislumbre aos momentos mais recentes da sua história permite-nos descobrir a riqueza e a diversidade da sua arquitetura popular caracterizada pelo recurso ao xisto, predominante na zona. Destacam-se as construções de carácter comunitário, como os pombais, os moinhos, os fornos e, inclusive, as forjas.

Espaço também de tradições. Nesta vertente, o seu auge tem lugar durante os meses de verão; período de festas, romarias e calorosa receção aos emigrantes que regressam para visitar a família, mas também aos visitantes que vivem pela primeira vez esta experiência. No período natalício, têm lugar as Festas dos Rapazes, sobretudo na zona de Lombada. Momentos de diversão, quase sempre animados pelo som tradicional da gaita de foles.

O Parque Natural de Montesinho é, enfim, uma excelente opção para quem procura um pouco de aventura. Uma aventura que verá certamente recompensada com a calorosa receção das suas gentes e com a excelente gastronomia transmontana, na que se destacam os enchidos de porco de raça Bísara, a carne de vaca Mirandesa e, claro, a castanha.