ES* La historia del castillo portugués de Freixo de Espada à Cinta es una historia dilatada en el tiempo y en verdad agitada.

PT* É longa e inclusive conturbada a história do castelo de Freixo de Espada à Cinta.

Canal Patrimonio Flumen Durius

ES*  Es posible que su construcción del castillo se iniciase a mediados del siglo XII, enmarcada en la concesión de don Afonso Henriques de su Carta Fuero a la villa, concretamente en el año 1152. También es probable que la localidad estuviese ocupada de forma breve, entre los años 1212 y 1213, por las tropas leonesas. Pero lo rigurosamente veraz es que la primera referencia expresa existente sobre el castillo nos sitúa aún más adelante, en el año 1258, en el reinado de Sancho II.

El valor estratégico de Freixo de Espada à Cinta en la defensa de la frontera portuguesa con Castilla debió ser notable a decir de la atención mostrada por los monarcas portugueses en su defensa y cuidado: sería remozada con nuevas obras durante el reinado de Afonso III, enmarcadas en el contexto de la concesión de su foral (1273) y, poco después, en el de su hijo Dinis que, según Rui Pina, cronista y diplomático portugués de los siglos XV y XVI, “povoou de novo e fez o Castelo”.

Durante este último reinado sería levantada la Torre do Galo, un imponente bastión heptagonal erigido como torre del homenaje del castillo gótico. Su edificación evidencia las nuevas formas de hacer la guerra de aquella época, siendo provista de dispositivos de tiro vertical (matacanes) dispuestos en balcones o voladizos con pisos abiertos a través de los cuales era posible lanzar proyectiles a los asaltantes durante los asedios.

En el año 1342, durante el reinado de Afonso IV, la población solicitó que el impuesto de la Terça de la iglesia matriz fuese empleado en la conclusión de las obras del castillo, trabajos que se prolongarían aún durante el reinado de Fernando I, nieto de aquél. En definitiva, una fortificación compleja que demoraría siglos en ser concluida, como se refleja en la planta de la villa realizada por Duarte d´Armas, escudero de la Casa Real, diseñador y autor del importante Livro das Fortalezas realizado a comienzos del siglo XVI, entre el año 1509 y 1510, en la que se observa una fortaleza, aún inconclusa, dotada de barbacana y torres dispuestas a intervalos regulares.

Sin embargo, a pesar de tratarse de una población de frontera y de los numerosos privilegios y regalías que los reyes portugueses le brindaron a lo largo de su historia, Freixo de Espada à Cinta nunca terminó por fijar las comunidades a su territorio.

Con el paso del tiempo la fortificación iría perdiendo progresivamente su función original, sufriendo nuevas y lastimosas alteraciones como la instalación de un campanario en la Torre do Galo o la del cementerio municipal en el interior del viejo recinto castrense, que ocasionó la destrucción de algunos paños de su muralla.

PT* É possível que a sua construção tivesse tido início em meados do século XII na sequência da concessão da sua carta foral por D. Afonso Henriques, concretamente no ano de 1152. Também é provável que a vila tenha estado ocupada, ainda de que forma breve entre 1212 e 1213, por tropas leonesas. Todavia, a primeira referência escrita e concreta sobre o castelo leva-nos mais adiante no tempo, até ao ano de 1258, durante o reinado de D. Sancho II.

O valor estratégico de Freixo de Espada à Cinta na defesa da fronteira portuguesa com Castela é notório, refletindo-se na atenção que lhe foi dada pelos monarcas portugueses na sua proteção e cuidado: é renovada com obras durante o reinado de D. Afonso III, na sequência da sua concessão de foral (1273) e, pouco depois, no do seu filho D. Dinis, que, segundo Rui Pina, cronista e diplomata português dos séculos XV-XVI, “povoou de novo e fez o Castelo”.

É durante este último reinado que seria erguida a Torre do Galo, um imponente bastião heptagonal erigido como torre de menagem do castelo gótico. A sua edificação evidencia as novas formas de fazer a guerra deste período, sendo dotada de dispositivos de tiro vertical (matacães), dispostos em balcões assentes em cachorrada e com o chão perfurado através dos quais era possível lançar projéteis aos atacantes durante os cercos.

Em 1342, durante o reinado de D. Afonso IV, a população solicitou que o Imposto da Terça da igreja matriz fosse aplicado à conclusão das obras do castelo, trabalhos que se prolongariam ainda durante o reinado de D. Fernando I, neto de D. Afonso IV. Com efeito, estamos perante uma fortificação complexa que demoraria séculos a ser concluída, como patente na planta da vila desenhada por Duarte d’Armas, escudeiro da Casa Real, desenhador e autor do importante Livro das Fortalezas, feito no início do século XVI, entre 1509 e 1510, na qual se observa uma fortaleza ainda inacabada, dotada de barbacã e torres dispostas em intervalos regulares.

No entanto, apesar dos inúmeros privilégios e regalias que os reis portugueses lhe concederam ao longo da sua história, Freixo de Espada à Cinta, sendo uma povoação fronteiriça e do interior, nunca conseguiu fixar as comunidades no seu território.

Com o passar do tempo, a fortificação viria a perder progressivamente a sua função original, sofrendo novas e penosas alterações, como a instalação de um campanário na Torre do Galo ou do cemitério municipal no interior do velho recinto amuralhado, resultando na destruição de alguns dos panos da sua nobre muralha.